12 dezembro 2011

Fique


Alguma vez em sua vida você já sentiu que uma pessoa seria capaz de tocar seu coração inteiramente quebrando barreiras de preconceito e conceitos sociais baseados numa visão minimalista de quem nós somos por fora? Alguma vez sentiu que alguém poderia estar do seu lado te amando por querê-lo bem?
Meu querido amigo, eu somente quero seus sorrisos e suas piadas arrogantes como sinal de sua terna felicidade simples e verdadeira. Não quero nada mais que seus momentos de sono em paz. Os céus brilhando para você na janela de seu quarto ao amanhecer e o vento formigando-lhe o rosto enquanto caminha pela cidade, pela manha. Que saiba saborear o gosto do pão e sentir a doçura do leite quando acordar. Que possa encontrar energia e animo numa xícara de café. Que estes sejam os momentos mais felizes de seu dia para que você tenha fé de que tudo vai estar sempre bem.
Mas gostaria também que eu pudesse estar feliz também. Eu gostaria de cobri-lo antes de dormir. Protegendo-o do frio e deixando confortável para sonhar seus melhores desejos. Eu gostaria de abrir as janelas e convidar o sol para te levantar da cama sem perder o aconchego do calor que te dei na noite passada. Eu quero preparar seu café, ouvir suas idéias e expectativas pro dia que vai enfrentar. Eu gostaria de não saber de você enquanto nos perdemos na rotina profissional para quando chegasse de novo ao lar eu pudesse abraçar-lhe forte e servi-lhe um jantar surpresa.
Ouvi-lo mais uma vez e contar-lhe meus novos segredos. Pra nos apaixonarmos mais uma vez antes que o dia acabasse nos enrolando em lençóis de carinho. Antes que eu pudesse me esquecer do que sinto dentro de mim.
Eu gostaria de vê-lo cansando-se enquanto nós esperamos pelo nosso descanso no futuro. Pegando retratos e lembrando daqueles dias de gloria em que nós ainda tínhamos o vigor de almas jovens. Dessa época que eu só poderia trazer de volta suas xícaras de café, seu jornal matinal e seus abraços na hora de dormir. Como se eu pudesse chamar nosso amor de eterno. Felizes para sempre, talvez.
Eu gostaria de me entregar a isto agora que o vigor ainda me enche os pulmões. Ainda que eu possa correr nas tardes ensolaradas da minha juventude. Tenho vontade de correr até você e dizer-lhe um milhão de coisas que eu tenho prendido no meu peito queimando a minha garganta e pulsando meu coração. Quase o sinto pulando fora do meu peito e explodido nos céus como um foguete.
Eu gostaria de me salvar do infortúnio possível de não tê-lo nos meus braços no futuro. Sinto que preciso correr e puxa-lo de volta para mim antes que atravesse as montanhas e nunca mais volte. Sinto que posso dizer que te amo. Ou posso estar simplesmente apaixonado. Mas sinto que se estivesse ao seu lado. Não importaria, seria feliz e não me perguntaria se faria sentido ou não o mundo ser mundo.
Márcio Mattos

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