Quando eu era uma criança não sabia o que queria da vida, sendo que a própria não me fazia tantas questões. Não sabia o que era e quem era. Não me importava mais que uma tarde na rua com os amigos brincando de rouba bandeira.
Sou um homem como outro qualquer? Sempre o digo e sempre acho um clichê quando penso que sou mais que somente um número na multidão. Sou um conquistador, sou um lutador e quase um herói. Sou meu próprio pai e meu próprio filho. Sou meu futuro e meu presente, sou quem matou o passado e sou a revolução. Sou demasiado forte e fraco. Tenho dores, tenho medo. Não sou corajoso o bastante pra levantar-lhes a mão e sou quando devo tocar a tinta no papel, pois é quando anuncio ao mundo meu sentimento mais profundo e minha raiva, e meu amor, e minha dor. E todo meu ser se reflete naquilo que toco, naquilo que mostro e crio. Minha arte. Minha força. Sou, como sempre digo a mim, um sonho. Sou meu Deus. Sou pequeno e grande. Encontro-me e me procuro em mim. Preciso, sobre tudo e apenas, de mim. Hoje que vivo, digo com coragem, sou alguém. Sou mais que isso, sou um rei. Sou capaz e não preciso de seus méritos, faço de suas armas, flores do meu jardim. Faço de seu veneno o acido que cicatriza minhas feridas feitas por ti. Quando fraco de físico e incapaz de alma. Quando ainda declinava sobre as palavras que ouvia calado, talvez por vezes gritando. Contudo sem argumento e sem conteúdo. Hoje sou o tudo.
Márcio Mattos
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