04 novembro 2011

Somente Por Querer


E eu seria capaz de expressar sentimentos no momento bêbado de amor por alguém? É o que eu me pergunto enquanto no silêncio dessa noite de ilusão eu ouço algumas vozes na minha cabeça. De alguns garotos e de algumas amigas. Até talvez do motorista que me propôs esses últimos minutos ao lado dele, que dorme.
Seria eu um tolo novamente? Por acreditar em alguém que eu pouco conheço? Posso tentar me apaixonar pelo simples fato de valorizar-me como ser neste mundo imundo? Bom seria se eu pudesse fazê-lo. Contudo a força daquele que roubou meu coração aos quatorze anos me faz incapaz de acreditar no céu estrelado que me cobre. São tantos que rodeiam a minha cabeça essa noite. Oh! Céus?!
Posso dizer que ele é um homem que esta brincando sem saber. Mexendo em cada canto do meu ser sem pensar. Fazendo-me viver sem imaginar o quanto eu sou capaz de sonhar. E eu, como um tolo, danço nessa valsa da vida esperando seus olhos. Tentando esquecer o quanto ele pode machucar meu ser. E ele dorme calmo e sereno lá longe. Dentre seus lindos lençóis, que posso imaginá-lo envolvido em branca seda. Seu corpo jovem calmo a cada segundo de sua respiração calma... Calma... Calma.
Quem me dera pudesse. Tê-lo-ia entre meus braços agora se eu fosse o dono da verdade. Se eu fosse dono da razão e do amor. E o amor não fosse tão forte por estar aqui escrito. Ou estar aqui exposto. Ou não estar lá ao teu lado deitado dormindo, aconchegando-o com carinho. Deitando-o em paz. E eu poderia dormir calmo se ele soubesse o que eu tenho vivido em tão pouco tempo, tampouco poderia imaginar o que é que eu sinto aqui dentro. E como sendo eu... sou intenso. Sem notar eu sou romântico. Sem querer eu sou o que não deveria de ser. Sem saber a dor que eu vou sentir por me abrir para alguém que nem ao menos vê o que eu sou capaz de ser.
Não deveras ser piegas ao próximo ingênuo _ Diz meu lado coerente _ Contudo, eu gostaria mesmo é de estar sentindo o cheiro, de perto com minha pele em sua pele, no braço. Sentindo a textura do arrepio. Sentindo teu sentimento dos segundos em que eu degusto sua vida no meu tato. Eu poderia ser mais calmo, eu poderia ser mais cego e eu poderia ser talvez, inconseqüente de estar ali. Porém, o que eu quero é não saber de ser ingênuo e tê-lo. E tê-lo.

Márcio Mattos

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